Benchmarking – Nada no marketing se cria, tudo se adapta

Não é curioso perceber que, quando uma marca apresenta um produto ou serviço inovador e bem aceito pelo público, outras empresas passam a desenvolver soluções semelhantes? Esse movimento não se resume à simples cópia ou imitação. Em muitos casos, trata-se da aplicação da estratégia conhecida como Benchmarking.

Lembram do lançamento do aplicativo de caronas Uber? Bastou sua popularização para que concorrentes adotassem formatos parecidos na área de transporte. Mesmo com a polêmica entre motoristas de Uber e taxistas, o modelo se espalhou rapidamente.

Benchmarking - Nada no marketing se cria, tudo se adapta

Nada se cria, tudo se adapta

Outro exemplo marcante é a Netflix. A plataforma transformou a forma como as pessoas consomem filmes e séries, eliminando a necessidade de ir ao cinema, assinar TV a cabo ou alugar DVDs. Após sua consolidação, diversas empresas — de redes televisivas a gigantes da tecnologia — criaram seus próprios serviços de streaming. Hoje, é difícil contar nos dedos quantas opções existem.

Benchmarking - Nada no marketing se cria, tudo se adapta

Um terceiro caso, mais próximo da realidade local, é o Delivery Much. Bastante conhecido em Lages, o aplicativo de delivery se inspirou em um modelo já existente, mas focou em um nicho regional. Embora não rivalize diretamente com o iFood, conseguiu se destacar ao atender demandas locais com eficiência.

Benchmarking - Nada no marketing se cria, tudo se adapta

Esses exemplos mostram que adaptar soluções bem-sucedidas à realidade de cada empresa é uma prática comum e benéfica. O resultado? Mais opções de produtos e serviços, cada um voltado para públicos específicos. Isso é Benchmarking.

Mas o que é uma estratégia de Benchmarking, por que ela é tão utilizada, quais as suas vantagens e desvantagens? Vamos falar disso agora:

Afinal de contas, o que é o Benchmarking?

Benchmarking é um termo vindo do inglês “Benchmark”, que significa “ponto de referência”. Trata-se de um processo de pesquisa entre empresas do mesmo setor para avaliar o desempenho de produtos, serviços ou processos internos em comparação com os concorrentes.

O objetivo é identificar práticas que geram impacto positivo — seja em lucros, posicionamento ou domínio de mercado. Com esses dados em mãos, as equipes de marketing podem adaptar estratégias à realidade do próprio negócio e competir de forma mais eficaz.

É importante destacar que Benchmarking não significa copiar tudo sem ajustes. Mesmo atuando no mesmo segmento, cada marca possui identidade própria, com características e cultura únicas.

Vale lembrar que não estamos dizendo que você deve literalmente copiar aquilo que os outros estejam fazendo, ou imitar todos os seus aspectos sem nenhum tipo de alteração. Isso tira totalmente o sentido de se aplicar o Benchmarking, porque, mesmo que atuem no mesmo segmento de mercado e ofereçam os mesmos tipos de soluções para o públco, cada marca tem a sua própria trajetória, características e cultura que compõem a sua identidade.

Imagine se todos os fast foods servissem os mesmos combos do McDonald’s, com nomes idênticos e receitas iguais. A identidade dessas marcas se perderia, e a credibilidade diante do público seria comprometida.

Mas então, por que o Benchmarking é tão utilizado pelas empresas?

Depois de termos explicado o conceito do Benchmarking, como as empresas costumam aplicá-lo e por que esse termo não é o mesmo que cópia ou imitação, você deve estar se perguntando qual o motivo que leva tantas empresas a se utilizarem dessa estratégia para renovar seus produtos/serviços/processos.

O primeiro ponto que justificaria a escolha desse método é nós chegamos em um ponto em que se tornou praticamente impossível criar algo totalmente novo, que nunca tenha sido feito antes. O que acontece é a adaptação de processos e sistemas para que as soluções se adaptem melhor a realidade dos diferentes públicos.

Se pararmos para pensar, as maiores novidades que surgiram em termos de produtos e serviços são reinvenções do que já existia. O iFood não inventou o delivery de comida, esse método de entrega já existia há muito tempo, o que a empresa fez foi modernizar o processo de comunicação entre cliente e restaurante e aumentar a cartela de opções de comida para entrega para que a pessoa escolha a que mais lhe agrade.

Antes do surgimento do Uber os passageiros que precisassem fazer uma viagem se utilizavam de táxis principalmente, o aplicativo acabou trazendo uma maior competitividade a esse segmento de mercado.

O QUE AS EMPRESAS ENTENDERAM

A questão é que todas essas marcas entenderam como as constantes mudanças tecnológicas e comportamentais limitavam o crescimento de negócios tradicionais. Portanto, se quisessem ser abraçados pelo público precisavam oferecer soluções que conversassem com sua nova rotina.

E uma vez que as primeiras mudanças se mostraram efetivas, outras empresas ganharam coragem para reinventar seus processos, produtos e serviços, para assim poderem bater de frente com os “donos” do mercado, reacendendo a concorrência e acabando com a monotonia.

O Benchmarking também é uma excelente forma de aprendizado para todos os colaboradores de uma empresa. A prática de olhar para os pontos fortes dos grandes serve para entender o que pode ser melhorado tanto interna quanto externamente. As vezes, o processo de comunicação que a sua equipe utiliza entre si não se mostra eficiente, então é interessante conhecer outras estratégias que tenham um histórico de sucesso para outros, quase como uma “recomendação”.

E não é só isso que o benchmarking proporciona

Existem outros benefícios advindos da utilização consciente e bem planejada de uma estratégia de Benchmarking, como por exemplo motivar seus colaboradores a superarem seus próprios limites a fim de não só fazer a empresa crescer como um todo, mas também para o seu desenvolvimento próprio, se tornando profissionais tão preparados quanto aqueles que lhes são referência.

Vale ressaltar que o processo de pesquisa também ajuda a entender melhor a própria empresa. Ao comparar com outros nomes do mercado, fica mais fácil identificar o que está funcionando bem. Esses pontos devem ser mantidos ou até reforçados. Da mesma forma, é possível detectar o que precisa melhorar — seja no processo produtivo, na entrega de serviços, na hierarquia ou na cultura organizacional.

Além disso, a avaliação interna permite cortar gastos desnecessários. Você pode reduzir investimentos em mídias que não geram retorno, eliminar etapas que tornam o processo longo e caro, evitar compras não essenciais e, com isso, aumentar os lucros.

Nesta virada de ano, que tal tentar aprender algo novo com as grandes empresas?